quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Festas de 2008


Lagoa de São Brás

Festas do Centenário da Igreja de São Brás 1986














 

São Brás é uma freguesia muito “catita”, com a sua Igreja de duas torres vermelhas, as belas vistas sobre o
Porto Formoso e as plantações de chá nas suas imediações.
Em São Brás ainda se pode disfrutar de uma pequena Lagoa, embora eutrofizada e sem possibilidade de recuperação, de acordo com a Secretaria do Ambiente. Era nesta Lagoa que Américo Tomás gostava de caçar aos coelhos, e lá se construía uma casota de madeira para a merenda. Não haverá mesmo forma de
salvar a Lagoa de São Brás? Ora bem. São Brás, hoje é uma Freguesia com uma grande actividade económica, com os seus excelentes restaurantes, com um muito bom supermercado e, imagine-se, com um ginásio. Apesar de ser um “lugarejo” do Porto Formoso, podemos encontrar inúmeras referências  históricas sobre o lugar.Gaspar Frutuoso dá-nos as confrontações de São Brás:
“Além do porto do lugar da Maia se faz logo uma ponta longa ao mar, ponteira ao noroeste, em que está um comprido pesqueiro, chamada por isso a ponta do Pesqueiro Longo; e, tornando a voltar à terra, dela para o sul espaço de um tiro de arcabuz, está uma pequena ribeira, chamada das Canas, porque tem um canavial ao longo da rocha a qual se chamou do Godinho, quando junto dela morava um António Godinho, e agora se chama também ribeira das Lajes, porque tem muito lajedo descoberto; da qual a um tiro de escopeta está a grande ribeira, dita a Gorriana, porque no princípio morou ali um homem que de alcunha chamavam o Gorriana, da qual até à Grota Funda, atrás dita, é a freguesia do Espírito Santo do lugar da Maia; e perto sai ao mar uma ponta, chamada de São Brás, por estar ali em um alto outeiro uma ermida deste Santo; e defronte, no mar, tem esta ponta três pontinhas de baixo, que se chamam o pesqueiro do Demo, por ser naquela parte a costa brava e temerosa, com que vai aquela rocha fazendo curta enseada, onde sai uma pequena ribeira, chamada de Tomé Vaz, que ali morava e mandou fazer a ermida de São Brás, atrás nomeada.”
E continua:
“ Depois do pico da Sanchoeira (nome porventura de alguma mulher,cujo ele era) acima dos engenhos de açúquere que por ali estiveram; e o pico de São Brás, da banda do norte, por mandar fazer nele uma ermida deste santo um homem principal e rico, chamado Mateus Vaz; e logo a alta serra do Monte Escuro, que tem no cume uma grande alagoa, ao redor da qual, antes do segundo terremoto, havia tão cerrado mato maninho, de altíssimo arvoredo de muitos cedros, folhados, faias, louros e ginjas, que ninguém podia lá passar, nem o gado que entrava podia mais sair e ali morria de velho, aproveitando somente os donos algum que, com grande dificuldade, se Ihe tornava a vir por si mesmo, que eles não podiam lá entrar para o tirarem; e os que tinham gado cabrum, ainda que ouviam andar, não o podiam tomar, nem assinar do seu ferro, por causa da grande espessura do arvoredo daquele mato; e por aquela alagoa ser muito sombria e obscura com as muitas árvores que a cobriam, e o mesmo mato obscuro com a espessura delas, se chamou aquela serra e cumieira (que está direito de Vila Franca da parte do sul, e do Porto Formoso da do norte) Monte Obscuro.”
São Brás também surge nas Saudades da Terra -Livro IV a respeito da baleação.
“No pico de São Braz havia uma vigia da baleia. Quando avistavam baleias faziam uma fogueira para avisar os baleeiros. Saíam nas suas canoas com os seus harpões. Quando regressavam ao porto colocavam-nas no "forte" para serem derretidas. Muitas das pessoas que faziam a baleação eram de Cabo Verde.”
Sobre a ermida de São Brás e a respeito do terceiro Capitão da Ilha, refere: “Antes da subversão
de Vila Franca, houve um Tomé Vaz Pacheco, desta progénia dos Pachecos, homem rico e de muita autoridade, morador entre o lugar do Porto Formoso e a Maia, termos da Vila Franca, o qual, mandando lavrar suas terras, que ali tinha, um dos bois, que lavrava, lançou a língua fora com a arreigada, e logo acabando de dar dois ou três regos, acabou de morrer; e vendo este acontecimento, por a todos ser coisa nova, o dito Tomé Vaz, em um alto outeiro ali pegado, mandou edificar uma ermida à honra de S. Braz, que foi depois de muita romagem, por se fazerem nela muitos milagres, onde ainda vão devotos doentes da
garganta e de tosse, e se acham sãos. Este Tomé Vaz Pacheco teve um filho chamado Manuel Vaz Pacheco, genro que foi de Jácome Dias Correia(…)”

Frei Agostinho de Mont´Álverne discorda das datas e refere que foi por Alvará de D.Manuel com a data de 12 de Dezembro de 1518.
“Não há a menor dúvida que errou também o illustre Franciscano michalense, o que facilmente se demonstra com a referida acta da Câmara de Ponta Delgada de 24 de Julho desse mesmo anno.
A ermida de S. Braz do Porto Formoso foi mandada fazer por Thomé Vaz Pacheco, antes da subversão de Villa Franca.”
Mais recentemente, Raul Brandão no seu livro –Ilhas desconhecidas, refere:
"...mas o automóvel segue e a outra volta brusca da estrada é o mar que se avista entre pinheiros azulados descendo até Santa Iria. Mais alguns quilómetros e o aspecto muda na Ladeira da Velha, trecho da costa recortada e verde ou diluída em névoa, largo panorama de sombras, de tintas atenuadas, de neblinas listadas
de verde doirado, indistinto até ao roxo vaporoso, até ao verde escuro lá para a beira da água. Uma série de cabos, de reentrâncias, de pedras se adivinham sob o céu cinzento atravessado de claridades, forrado de névoas através das quais se sente latejar o sol. Vêse o mar liso e roxo com um monte coberto de pinheiros ao lado. Vê-se o prédio de José do Canto em Porto Formoso, onde se pesca a baleia. São Brás: mando parar o automóvel para descobrir terra e céu, como do alto da montanha onde o Diabo tentou Jesus.(...)"

Oração a São Brás
Protector contra as doenças da garganta - (3 de Fevereiro)
Ó glorioso São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar correctamente e assim proclamar e cantar os louvores de Deus.
Ámen

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Igreja de São Brás

Igreja de São Brás (São Brás)


Ficheiro:Igreja de São Brás, São Brás, Nordeste, ilha de São Miguel, Açores.JPG
A Igreja de São Brás (São Brás) é um templo cristão português localizado na freguesia de São Brás no concelho da Ribeira Grande na ilha açoriana de São Miguel.
Este templo cuja fundação data do Século XIX caracteriza-se pela sua arquitectura neogótica e pela sua posição geoestratégica localizada num lugar alto, de destaque em relação ao povoado. Encontra-se rodeado por um adro plano acessível por uma escadaria que envolve o templo pela frente e pelo lado esquerdo.
Esta igreja é formada pelo corpo principal, de forma rectangular, em que estão incluídas as naves e as suas duas torres sineiras. O corpo principal é relativamente estreito e acomoda a capela-mor sendo ladeado por outros dois corpos anexos, adossados a cada um dos lados do corpo principal, e que correspondem à sacristia e a salas de arrumos.
A fachada está divida em três secções correspondendo estas a largura das respectivas naves. A parte central é mais larga e aloja a porta de entrada no templo. As outras duas secções laterais, são ambas simétricas, e alojam as torres sineiras. Estas estruturas são divididas por três níveis e separadas por cornijas.
O primeiro andar detêm uma porta axial que se encontra ladeada por uma janela em cada uma das secções laterais. No segundo nível, existem duas janelas geminadas sobre a porta e uma janela em cada uma das torres sineiras. No último andar, as torres têm um vão de sino em cada uma das três faces expostas e encontra-se rematados por uma balaustrada de onde sobressaem os pináculos nos vértices, que enquadra um coruchéu piramidal quadrangular revestido a telha.
A parte central do templo é encimada por um frontão que se encontra delimitado por uma cornija mistilínea que foi rematada em arco quebrado e encimada por uma cruz.
No tímpano do templo encontram-se os atributos episcopais que são alusivos ao padroeiro, São Brás, em relevo. Todos se encontram rematados em arco quebrado. A "janela dupla" que se encontra no módulo central encontra-se enquadrada por uma arco quebrado cujo tímpano foi dotado por um elemento circular em cantaria de basalto onde é possível ler "S. / BRAZ / 1886". Os cunhais das torres foram reforçados por contrafortes nos dois primeiros níveis.
No interior do templo as três naves foram separadas por duas fiadas de três arcos de volta inteira que se encontram apoiados em pilares de secção circular, com bases de formato octogonal. A porta principal dá acesso a um triplo nártex que é composto pelos pisos térreos das torres e pelo espaço que fica entre elas.
Na secção do lado da epístola existe uma escadaria que dá acesso ao coro que se encontra centralizado sobre os espaço do vestíbulo, e detêm um ligeiro balanço sobre o primeiro tramo das naves, mais pronunciado na nave central.
A contar da entrada, no segundo pilar, ao lado do evangelho, encontra-se um púlpito em forma de consola, dotado de escada de acesso em espiral. Tanto esta escada como a guarda da púlpito em estilo neogótico, foram elaborados em madeira envernizada.
Existe uma porta de comunicação com o exterior ao meio das paredes das naves laterais, sendo que mais perto da cabeceira há uma outra porta, também de cada lado, embora menor no lado do evangelho, no acesso ao vestíbulo da sacristia e a do lado da epístola ao anexo de arrumos.
A sacristia tem um vestíbulo onde há um pequeno lavabo em pedra. Nas paredes das naves laterais, a eixo de cada tramo, existe uma janela acima do nível das portas. Todas as portas e janelas deste templo foram rematadas em arco quebrado.
A capela-mor é profunda e foi elaborado com cobertura em forma abobadada de berço e dotado com um retábulo revivalista em talha dourada e escaiolada.
Neste templo existe um cadeiral de madeira. O arco triunfal, elaborado em volta inteira, tem praticamente a mesma largura da nave. Em cada um dos lados do arco triunfal, no topo das naves laterais, existe um retábulo de características eclécticas elaborado em madeira envernizada. A cabeceira da igreja foi elevada em relação às naves por um conjunto de degraus.
O edifício propriamente dito foi edificado em alvenaria de pedra basáltica rebocada e pintada de branco, excepto os arcos que dividem as naves, o lavabo, a consola do púlpito, o soco, as cornijas, as molduras dos vãos, a balaustrada e os elementos decorativos que são em cantaria à vista.
Os contrafortes têm as arestas feitas com cantaria a descoberto. A cobertura do corpo principal é de duas águas, em telha de meia-cana tradicional, com telhão na cumeeira e beiral simples.
Na fachada principal, numa pedra circular é possível ler-se: "1886". A Casa Paroquial encontra-se na continuidade do corpo da sacristia.

São Brás, O padroeiro

Freguesia de São Brás

São Brás é uma freguesia portuguesa do concelho da Ribeira Grande, com 9,49 km² de área e 635 habitantes (2001). Densidade: 66,9 hab/km². Localiza-se a uma latitude 37 Norte e a uma longitude 23 Oeste.
Foi criada a 18 de Setembro de 1980 em território da freguesia de Porto Formoso.

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